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Crítica: Andor

  • Foto do escritor: levi cezar
    levi cezar
  • 24 de nov. de 2023
  • 3 min de leitura

Rogue One foi um spin-off de Star Wars lançado em 2016, que contou a história por trás dos bastidores da Rebelião e explicou como os eventos do Episódio IV se iniciaram. No elenco, tivemos Felicity Jones (Jyn Erso) como protagonista e Diego Luna (Cassian Andor), que contribuíram para um dos melhores filmes de Star Wars. No entanto, não foi apenas o elenco — que incluía Forest Whitaker, Mads Mikkelsen e Riz Ahmed — que fez a diferença, mas sim o enredo, o roteiro, a direção de fotografia e a direção.


O filme elevou os padrões de expectativa do público, mas foi completamente desfeito pelos filmes lançados posteriormente. Star Wars entrou em uma sequência de projetos desastrosos, como The Last Jedi e Rise of Skywalker, e projetos medianos que acertaram pouco, como The Book of Boba Fett e, infelizmente, Obi-Wan Kenobi.


Elenco de Rogue One

Ainda com uma maré de projetos medíocres ou piores, o anúncio da criação de Andor, um spin-off sobre a vida de Cassian Andor, causou ceticismo — inclusive o meu. No entanto, o que parecia uma aposta incerta acabou surpreendendo e entregando muito mais do que se esperava. Andor investe na essência que a franquia principal não conseguiu captar: Star Wars não se trata apenas de Jedi e seus sabres de luz ou mesmo da Força, mas sim de rebelião contra a opressão. E Andor fez isso como ninguém, superando até mesmo seu antecessor.


Assim como o filme anterior, Andor conta com um elenco de peso, incluindo Diego Luna, Genevieve O’Reilly e Forest Whitaker, além de Stellan Skarsgård, Alex Lawther e o retorno de Andy Serkis. Outros nomes também surpreenderam bastante, como Denise Gough e Kyle Soller.


O diretor Tony Gilroy mostrou que uma boa direção e um excelente roteiro são fundamentais para boas atuações. Destaca-se, principalmente, o enigmático personagem de Stellan Skarsgård, Luthen, que, embora novo na trama, é essencial para o desenvolvimento da rebelião pós-guerras separatistas e a ascensão do Império Galáctico. Assim como o personagem de Forest Whitaker, Saw Gerrera, Luthen compreende o peso de seu papel e o custo da luta contra a opressão, estando disposto a sacrificar tudo pelo bem coletivo e pelo fim da tirania.


Stellan Skarsgård (Luthen)

Além de Luthen, um destaque importantíssimo na série é a atuação de Genevieve O’Reilly como Mon Mothma. É impressionante como a atriz desenvolve uma personagem que manipula sua própria imagem como uma ativista sem relevância, enquanto atua sorrateiramente em prol da rebelião. Mon Mothma é diferente de Luthen ou Saw, que não apenas entendem o custo da luta, mas estão dispostos a sacrificar tudo e todos pelo bem coletivo.


Outro destaque é a atuação de Diego Luna como Cassian Andor. Seu personagem começa com uma mente dispersa, mas possui todos os elementos para se entregar à causa — embora inicialmente não o faça. A evolução de Andor ao longo da série é um testemunho da habilidade de Luna em trazer profundidade e complexidade ao papel.


Genevieve O’Reilly (Mon Mothma)

Com um elenco e uma direção excepcionais, o roteiro é claramente o ponto forte da série. Andor não apenas eleva os padrões estabelecidos pelo seu antecessor, mas também alcança níveis dignos de cinema. A série não é uma trama dogmática, mas sim uma representação da guerra fria e do clima de luta armada da ditadura militar brasileira de 1964.


Nesse aspecto, Andor acerta com maestria, com diálogos que evocam as músicas e composições de artistas brasileiros da época, que frequentemente faziam críticas e passavam mensagens entrelinhas. Exemplos notáveis são “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” de Geraldo Vandré, e “Meu Caro Amigo” e “Cálice” de Chico Buarque, entre outros. Esses elementos são presentes na maioria dos diálogos, especialmente nos de Mon Mothma, Luthen e Andor, sem perder a proporção e a relevância no contexto da trama.


Geraldo Vandré

Andor não prometeu nada, mas entregou tudo. A série chegou para mostrar não apenas como se faz Star Wars, mas como se faz cinema. Elevou o nível de produção e roteiro, estabelecendo um padrão tão alto quanto difícil de ser superado. Andor terá mais uma temporada e, provavelmente, sua última, considerando o destino do personagem em Rogue One. No entanto, ainda há espaço confortável para explorar os personagens já introduzidos e desenvolver ainda mais a trama. Quem sabe, a série consiga manter o impressionante nível de qualidade estabelecido pela primeira temporada.

 
 
 

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