8 de Janeiro de 2023
- levi cezar
- 17 de jan. de 2023
- 2 min de leitura
No primeiro dia de janeiro de 2023, o então Presidente Eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tomou posse como o 39º Presidente da República Brasileira. Mesmo após a vitória nas urnas eletrônicas, que se mostraram seguras e auditáveis, a diplomação pelo Tribunal Superior Eleitoral e os demais processos que simbolizam a legitimidade do candidato eleito e a consolidação do processo eleitoral, extremistas tentaram um golpe de Estado.
Assim como em 6 de janeiro de 2021, no Capitólio dos Estados Unidos, os autointitulados patriotas intensificaram o teor golpista com uma tentativa real. Esses atos foram estimulados, principalmente, pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro, que desde 2018 descredibilizava, sem provas, o processo eleitoral brasileiro.
Além de quebrarem diversos vidros, janelas, portas, salas e espaços inteiros, os extremistas danificaram peças de valor inestimável, como a obra As Mulatas, de Di Cavalcanti; Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo; O Flautista, de Bruno Jorge; entre muitas outras. Além das obras, a galeria dos ex-Presidentes, a mesa de Juscelino Kubitschek e o relógio de Balthazar Martinot também foram danificados. Além das obras destruídas, alguns itens foram roubados, como vasos de porcelana chinesa e uma obra de arte feita em ouro e pérolas, dada ao Congresso Nacional pelo primeiro-ministro chinês.
Mas a importância desses itens não se dá pelo seu valor monetário. Sua relevância está nas representações que carregam. A título de exemplo, os vasos chineses representam a forte e boa relação que o Brasil tem com a China. O relógio de Balthazar Martinot, uma peça dada a Dom João VI no século XVIII e que está no Brasil desde 1808, é um item histórico, com apenas outro exemplar desse modelo na França, representando a história do Brasil antes da Proclamação da República em 1889. A destruição, vandalização e furto desses itens, como disse Lilia Schwarcz, é uma agressão ao direito à memória.
Ainda, apesar de a tentativa de golpe ter sido financiada, estimulada constantemente e ser passiva por parte das forças armadas, as instituições e a democracia brasileira se reafirmaram e são sólidas. Aqueles que saudosistas da tirania não são patriotas, são traidores da nação; sejam os que financiaram, participaram ativamente na Praça dos Três Poderes ou estimularam tais ações. Aos representantes do povo, “[…] a nação repudia a preguiça, a negligência, a inépcia”. A nação não anseia por revanchismo, a nação anseia pelo máximo rigor da lei.
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